* por Melqui Sodré, CEO da Venda.la
Participar do processo de aceleração da ACE foi transformador. A empresa já existia há 13 anos, mas nunca chegamos perto de ser uma startup. Sempre trabalhamos duro e com muita dedicação. Mas os resultados não eram proporcionais ao esforço empregado.
>> Leia também: O que é uma startup?
>> Veja mais: Quais são os melhores tipos de modelo de negócio?
Logo que entramos na ACE, na etapa de validação, percebemos que estávamos apenas reproduzindo o que já existia no mercado, sem nenhuma inovação. Quer mais? Percebemos que o que estávamos reproduzindo nem era o que o cliente de fato precisava, que nossas soluções não resolviam problemas, apenas minimizavam.
Então "saímos do prédio" e fomos a campo entender e se apaixonar pelo problema de nossos clientes. A ideia era sair do clichê de que "o cliente sempre tem razão" e aplicar essa velha máxima na prática. O CLIENTE É REI.
O papel da validação
Essa transformação de percepção e mentalidade foi um choque e, mais uma vez, os métodos e o apoio da ACE foram essenciais para validar todo nosso modelo de negócio.
Me recordo que passamos um mês apenas escutando clientes para entender seu dia a dia e cada detalhe de suas operações. Essa foi a tarefa mais valiosa de toda a aceleração, sem dúvida nenhuma.
Requer muita humildade para reconhecer que não se entende nada do que se está fazendo, deixar o ego de lado, apenas escutar, observar e aprender. Criar uma empatia real e ser sensível às dores do cliente.
> Saiba mais: Os sete passos para a descoberta da dor do cliente
Terminada essa etapa, tivemos que lidar com um milhão de ideias e possibilidades, criar um MVP, colocar em produção, aprender e recomeçar. Cada passo foi um enorme desafio.
Após nosso primeiro MVP, conseguimos encontrar nossa inovação. Foi um momento mágico!
Anos de trabalho e nunca conseguimos sequer enxergar nosso lugar no mercado e, em pouco mais de 2 meses com a ACE, já conseguimos começar a inovar.
Aprender, construir e medir. Sempre!
Com os resultados do MVP em mãos, era hora de continuar o fluxo de "aprender, construir e medir". Em paralelo, tínhamos que pensar em como levar essa nova proposta de valor para o mercado.
Me lembro que ficamos alguns poucos dias para reformular nosso site, como parte da nossa nova estratégia de comunicação, e, 24 horas depois de seu lançamento, conseguimos a mesma quantidade leads que demorávamos um mês para conseguir.
Nós não mudamos absolutamente nada a não ser o conteúdo do site, não inserimos mais dinheiro em campanha, não houve tempo para SEO, nada. Isso validou que estávamos mais sensíveis aos problemas enfrentados pelo mercado e que agora estávamos começando a produzir soluções valiosas.
Medos, incertezas e resultados
As lições não foram fáceis. No meio do caminho tivemos muitos medos e incertezas. Vez ou outra, alguém do time não estava alinhado com o que estava sendo feito e tínhamos que resgatar essa pessoa para o processo.
>> Leia também: A trajetória da Upik ao longo da aceleração e a importância da resiliência
>> Veja mais: O que a Flapper aprendeu ao fazer 228 pitches para conseguir um investimento
O foco também é um desafio enorme. Com um turbilhão de coisas acontecendo é fácil se perder no meio do caminho. Nessa hora, o acompanhamento do acelerador é fundamental para organizar as ideias, isso diminui muito o percurso até o resultado esperado.
Se eu pudesse escolher um só ensinamento de toda a aceleração, seria o "Job to be done". Tivemos outras metodologia importantíssimas como o AHA Moment e WOW Moment, mas nos aprofundar no conceito do JTBD foi, sem dúvidas, "a life changing experience".
Agora que estamos na etapa de crescimento do programa, o desafio é escalonar nossa equipe, tornando-a mais competente e plural. Assim conseguiremos resolver mais problemas e de forma ainda melhor. Tomar decisões baseadas em dados - "data first" - e ser ainda mais "pareto" é o cotidiano que conquistaremos.