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Fintechs: disrupção financeira bem-vinda e em boa hora

Enquanto o termo “startup” já passou de novidade para relativamente comum e conhecido, agora chega a vez da palavra “fintech” ganhar o noticiário e as conversas do dia a dia, configurando assim como mais um modelo de negócio digital.

Em resumo, uma fintech é uma startup de serviços financeiros, mas oferecidos através de muita tecnologia. A proposta de valor está mais relacionada com a maneira de oferecer e operacionalizar a oferta de serviços do que com a prateleira de produtos. Dessa forma, obtemos:

  • Em vez de agências de relacionamento, atendimento diferenciado e simplificado através de app e redes sociais;
  • A necessidade de conhecer um gerente ou profissional de atendimento deu lugar a consultorias online totalmente automatizadas ou mesmo robôs de investimento;
  • Os cursos concentrados em instituições de ensino especializadas agora também existem de forma digital e através de conteúdo próprio produzido pelas fintechs.

O grande barato desta revolução é que ela é muito mais tecnológica do que financeira, e isso é fantástico. O dinheiro e os produtos a ele associados estão evoluindo. Entretanto, a percepção das pessoas e o uso que fazemos do capital seguem com natureza semelhante.

A hora agora é de conhecer novas possibilidades tecnológicas de contratar serviços financeiros já conhecidos, como conta corrente, crédito, troca de dívidas e investimentos. A maravilha trazida pelas fintechs pode ser resumida pela palavra “concorrência”.

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Adversários da concentração bancária

O cliente final tem, com a chegada das fintechs, muito mais alternativas para administrar seus recursos financeiros e movimentar seu dinheiro. Contas digitais sem custo, contas remuneradas com taxas melhores que as de bancos tradicionais e plataformas de investimento muito mais simples de usar são cada vez mais abundantes.

Com isso, a concentração bancária tende a diminuir, um efeito positivo muito interessante e desejado por aqui há muitos anos. Se somarmos a esse fenômeno a chegada do Pix, sistema instantâneo de pagamentos idealizado pelo Banco Central, teremos uma realidade bem diferente a partir de 2021.

Poder de escolha

Transferências e pagamentos acontecendo sem custo para o cliente final. Inúmeros aplicativos estão oferecendo conta digital e serviços financeiros. Além disso, o uso cada vez mais consolidado do celular como principal instrumento de controle financeiro criam o cenário ideal para muita liberdade de escolha.

Deve-se reconhecer, obviamente, que “não existe almoço grátis” e que, portanto, teremos uma significativa consolidação também entre as principais fintechs e bancos, estes últimos já bastante consolidadas e com resultados já conhecidos entre investidores e stakeholders.

O cliente terá à sua disposição centenas (talvez mais) de opções de contas digitais e fintechs para administrar seu dinheiro, mas as instituições financeiras tradicionais não ficarão de fora desta corrida.

No fim das contas, a concorrência e a diminuição da concentração bancária serão ótimas também para os correntistas de grandes bancos. Eles poderão negociar melhores pacotes ali mesmo, além de abrirem contas gratuitas e usarem outras opções em paralelo (até para avaliar qual será melhor).

Privacidade e segurança

Um aspecto essencial desse modelo de negócio digital financeiro bem-vinda e em ótima hora trazida pelas fintechs é a segurança. Com o surgimento de mais empresas e também o open banking, protocolo que oferecerá a possibilidade de intercâmbio de dados entre instituições financeiras, o cliente deverá manter muita atenção aos seus dados pessoais.

A legislação atual já prevê cuidado por parte das empresas do setor e há novas camadas de segurança sendo cada vez mais aplicadas (Lei Geral de Proteção de Dados, por exemplo). No entanto, como a corrida tecnológica tem também seu lado obscuro, vazamentos de dados e brechas de segurança serão sempre uma possibilidade.

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Um modelo de negócio digital

O surgimento das fintechs é motivo de comemoração. Serviços e produtos financeiros antes oferecidos por uma parcela pequena de instituições agora estarão disponíveis de forma muito mais direta e simples através de aplicativos e ferramentas digitais.

O cliente terá novas alternativas para guardar dinheiro, controlar suas finanças e realizar seus sonhos, o que é essencial para que seja possível conviver, de fato, entre taxas de juros menores e tarifas mais baixas.

O novo cenário de inovação no mercado financeiro é perfeito para também aumentar a adesão de brasileiros ainda não bancarizados e fomentar a mudança entre perfis de clientes mais acomodados.

As fintechs vieram para ficar. E mudar tudo. Ufa.

Leia também: Quais os tipos de inovação e seus horizontes?

*Por Conrado Navarro, sócio e especialista em finanças pessoais da Grão.

 

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26 de julho de 2024 – São Paulo