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Quais os tipos de inovação e seus horizontes?

A palavra “inovação” é cada vez mais utilizada em diferentes contextos e com diferentes objetivos. Por exemplo, desde uma campanha de publicidade que apresenta como “inovação” uma nova versão de um produto existente ao qual realizaram pequenas modificações como mudar a cor, ou aumentar um pouco a performance de uma funcionalidade e até uma matéria que fala de “inovações” disruptivas que estão acabando com grandes players de alguns setores econômicos. Observamos que o impacto dessas inovações é totalmente diferente em um caso ou outro. E aí pode surgir a dúvida: será que todas as “inovações” são iguais? Será que o caminho para chegar em uma ou outra é sempre o mesmo?

Ouça o podcast: Você conhece essas empresas inovadoras?

Tipos de inovação

Não, todas as inovações não são iguais. Podemos classificar elas por “Tipos de Inovação”. Dessa maneira, em função do impacto esperado e das incertezas e dificuldades que podemos encontrar, devemos seguir diferentes caminhos. Os Horizontes de Inovação irão nos ajudar a entender qual é o melhor caminho de cada projeto de inovação.

O Manual de Oslo, manual desenvolvido pela OCDE com o objetivo de padronizar conceitos sobre inovação, classifica os tipos de inovação em 4 categorias:

  • Produto ou Serviço: desenvolvimento de um bem novo ou significativamente melhorado;
  • Processo: implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado;
  • Marketing: implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços;
  • Organizacional: implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas.

Podemos classificar os projetos de inovação pelo impacto, complexidade e tempo que podem demorar em entregar resultados. Para isso, David White, Mehrdad Baghai e Stephen Coley desenharam o framework dos Horizontes da Inovação no livro “The Alchemy of Growth”.

Existem 3 Horizontes:

Horizonte 1 (H1):

Aqui acontece a inovação de sustentabilidade, são os projetos que irão ajudar à empresa manter o modelo de negócio atual, otimizá-lo ao máximo, aproveitando os produtos e serviços que atualmente tem e adaptar a empresa às novas tecnologias que estão validadas no mercado.

São projetos com um nível de risco baixo e que tem impacto no curto prazo (< 12 meses). Em resumo, não mudam o core da empresa. Podemos acompanhar métricas como o ROI ou VPL. Devem ser liderados por pessoas com experiência no setor.

Horizonte 2 (H2):

Neste Horizonte, os projetos devem gerar novos negócios dentro da empresa, explorando produtos ou mercados adjacentes ao core. Esses projetos atacam oportunidades detectadas no mercado e o objetivo é o crescimento da empresa, ampliando o portfólio de produtos e clientes. Dessa forma, o impacto dos projetos será no médio prazo e é necessária a experimentação, já que o nível de incerteza é maior que no H1. Já o risco é moderado. Podemos acompanhar métricas como número de novos produtos lançados, número de ideias e MVPs testados, velocidade de lançar novos produtos. Também devemos procurar intraempreendedores para tocar esses projetos. Nem sempre as pessoas mais experientes da empresa são as melhores para tocar projetos no H2.

O intraempreendedorismo ajuda as empresas a inovarem?

Horizonte 3 (H3):

No H3 acontece a inovação transformacional, aquela que irá mudar por completo a empresa no longo prazo. O foco é explorar a visão de futuro que a empresa tem definida. Assim, é necessário integrar novos conhecimentos e tecnologias que não são utilizados no core atual da empresa. O retorno destes projetos é no longo prazo (>3 anos) e o risco é elevado (incerteza muito alta). Deve-se experimentar com setores, áreas e tecnologias inéditas na empresa e no mercado. Por isso, pessoas com perfil visionário, capacidade analítica e que se sentem confortáveis na incerteza são as melhores para liderar este tipo de projetos. Já as métricas mais adequadas para aplicar em este Horizonte são aquelas relacionadas com aprendizados gerados, ideias testadas, treinamentos realizados, número de hipóteses desenvolvidas.

Enfim, as empresas mais inovadoras têm um portfólio balanceado com projetos em todos os horizontes e testam inovações de todo tipo.

Leia também >> Os 7 erros da inovação corporativa

E a sua empresa? Como está hoje? Estão com projetos em todos os Horizontes? As últimas inovações que sua empresa gerou foram de qual tipo? Será que é possível pensar em inovações de outro tipo que nos ajudem a crescer no mercado?

 

 

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26 de julho de 2024 – São Paulo