* por Fernanda Murachovsky, Confie! Comunicação
Falar de cultura organizacional está na moda, e não é à toa. Cada vez mais parece clara a relação entre cultura e desempenho. E a startups não estão imunes a esta relação. Na verdade, algumas fontes chegam inclusive a considerar “culturas inadequadas” como uma das principais razões que podem minar o sucesso de tais organizações.
Pois é, cultura organizacional não é algo relacionado apenas a empresas grandes. A verdade é que toda startup tem uma cultura, quer exista consciência disso ou não. Portanto, é melhor gerenciar a cultura que vai ajudar a sua organização a atingir os seus objetivos do que ter que, em algum momento, colher os prejuízos de uma que se estabeleceu sem a sua escolha, certo?
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Para alguns empreendedores pode parecer um pouco prematuro falar de cultura organizacional logo nos primeiros momentos de criação de uma empresa. Na verdade, acredita-se que a partir do momento em que o primeiro funcionário é contratado, a cultura já começa a se formar. Ela se consolida quando a organização atinge cerca de 20 pessoas, mas os primeiros percalços em função de uma cultura inadequada aos objetivos de negócio podem se tornar visíveis apenas mais para frente, quando a empresa começa a crescer e o número de contrações sobe exponencialmente até que fica difícil para os fundadores ou liderança manterem relacionamentos próximos com todos os funcionários (o que beira os 150 funcionários).
Escolhas que impactam o futuro
Estas constatações não são apenas fruto de observações. Um estudo publicado na California Management Review avaliou 200 startups do Vale do Silício durante 8 anos de pesquisa, de diversos setores, e buscou entender os modelos organizacionais (o que chamam de blueprint) e mentais dos fundadores sobre a forma de organizar as relações com os funcionários e gerenciar as pessoas, ou seja, basicamente, como eles lidaram com questões organizacionais, Cultura e de RH nos dias inicias da empresa e qual foi o efeito destas escolhas no futuro das startups.
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A primeira conclusão interessante a que o estudo chega é que as organizações cujas primeiras atividades não estiveram ligadas à adoção de um plano organizacional coerente tiveram a desvantagem potencial de se deparar com culturas que estavam prejudicando o funcionamento da empresa e tiveram que fazer um grande esforço para alterá-la. Por outro lado, 75% das startups que tiveram entre as suas primeiras atividades a construção da sua Cultura conseguiram, logo de início, definir um sistema que contribuiu para o crescimento do negócio.
E isso chegou a impactar o futuro das organizações, inclusive no que diz respeito à probabilidade e velocidade de abrir capital, probabilidade de sobrevivência versus falência e crescimento ou declínio em capitalização de mercado após a abertura de capital.
Lições do Vale do Silício: quanto antes criar cultura organizacional, melhor!
A recomendação do estudo, portanto, é que qualquer plano para lançar uma startup deveria incluir uma reflexão dos fundadores ou da liderança sobre a estrutura e a cultura organizacional, que ela seja alinhada à estratégia do negócio e que seja autêntica. Neste momento, é preciso ter conhecimento sobre os valores, crenças e mindsets e como estes podem ser usados para construir um sistema cultural coerente e consistente.
Por isso, fazer uma reflexão sobre a Cultura da sua startup pode ser uma aposta certeira para pavimentar seu sucesso no longo prazo e garantir a sustentabilidade do seu negócio. Afinal, faz mais sentido escolher a sua cultura de forma consciente do que deixar que se estabeleça uma cultura que pode prejudicar a sua empresa.