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Startups: crescer e inovar ao mesmo tempo é possível?

Como manter uma cultura de inovação em um ambiente de rápido crescimento parece ser uma das questões que tira o sono dos empreendedores. Uma vez que não existe uma opção mais correta entre crescer e inovar. Sim, as duas são essenciais.

O pulo do gato dessa história está no fato de que dois cenários diferentes vão exigir modos de funcionar e regras diferentes, ou seja, será necessário transformar a startup no que se chama de organização ambidestra.

Autonomia para os times

Apesar de não ser tão novo assim, criado em 2011, o conceito propõe que a operação do dia a dia, que vai dar lucro e que precisa funcionar de forma eficaz, continue a funcionar desse modo. “Enquanto isso, a estrutura de inovação precisa de uma governança própria, ou seja, de uma rotina completamente pensada para estimular a inovação”, diz Ignácio Franganillo, líder de programas de Insights da ACE.

Enquanto a máquina opera normalmente e possibilita à empresa crescer, os inovadores trabalham em cooperação, realizando testes, livres para experimentar ideias, acertar, errar e aprender com os erros. Esse time também tem a flexibilidade como características, já que essas pessoas vão realizar vários projetos ao mesmo tempo. “Assim que algumas das novas ideias bombem e sejam validadas e testadas, elas deixam de ser um projeto da equipe de inovação e vão para a operação“, explica Franganillo.

O case do Magazine Luiza

Em casos de empresas maiores, essa separação chega a, inclusive, ser física. E é justamente esse afastamento o segredo do sucesso tanto dos projetos de inovação como da operação tradicional.

Um exemplo clássico desse tipo de organização é o do Magazine Luiza e do Luiza Labs, o laboratório de inovação da rede, que foi lançado em 2012 e, desde então, é focado em transformar processos e produtos do grupo varejista. De lá para cá, a rede obteve crescimento de 55% do e-commerce em 2017, reduziu o tempo de vendas mobile e da concessão de crédito aos consumidores.

Atualmente, mais de 450 engenheiros e especialistas trabalham no LuizaLabs, que possui uma sede própria na cidade de São Paulo. Eles são responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologias proprietárias, voltadas para a solução de questões concretas e para a melhoria da experiência de compra em todas as lojas físicas e nas plataformas digitais.

Ainda que a sua empresa não tenha a estrutura de um Magazine Luiza, o que as startups bem sucedidas no processo de crescer e inovar e o gigante varejista têm em comum, além da organização ambidestra é o modo enxuto de funcionar, por meio do uso de metodologias ágeis, desenvolvendo projetos pequenos, que geram ciclos de aprendizagens e desburocratizam processos.

Além disso, são obcecadas por seus clientes e trabalham para proporcionar a eles experiências cada vez melhores, ouvindo-os frequentemente por meio de bate-papos informais ou pesquisas de foco. “É necessário ter não apenas o foco no cliente, mas o foco do cliente”, diz Franganillo. “Muitas vezes há um problema de ego, o empresário se apaixona pelo produto e é muito doloroso para ele mudar esse olhar”.

 

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