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Como manter as estruturas e a cultura de inovação em uma startup?

O momento de crescimento de uma startup é uma fase de empolgação e também de ansiedade. É nessa hora que ela se torna uma empresa consolidada, pronta para cumprir a responsabilidade diante de uma quantidade maior de clientes ou comprometer sua trajetória e eventualmente “inflar demais o balão”.

Já abordamos algumas maneiras de fazer a equipe crescer de forma sustentável. Mas como manter as estruturas e a cultura de inovação diante desse novo cenário?

>> Inovação na Prática: saiba como começar a inovar na sua empresa

Inovação é rotina

Antes de mais nada, é preciso que a cultura de inovação seja um processo de rotina – algo natural em uma startup, mas que precisa estar alinhada entre a liderança e os colaboradores. Os CEOs, vale lembrar, são os maiores responsáveis por disseminar essa cultura por toda a equipe.

Segundo Ignácio Franganillo, líder de programas de Insights da ACE, a empresa precisa manter a filosofia de não burocratizar as funções, testar hipóteses e se considerar sempre em modo beta. “Uma startup nunca pode achar que seu produto está pronto e nem perder o espírito de colocar o cliente no centro, mantendo contato com ele, entendendo quais são suas dores e garantindo que o produto está resolvendo sua questão”, afirma Franganillo.

Tem que ter um comitê

Outra sugestão do especialista da ACE é o estabelecimento de um fórum ou um comitê de inovação, que garantirão a aplicação dessa filosofia. “Eles são os guardiões da inovação. São estruturas criadas pela empresa para protegê-la. Eles cuidam para que os projetos de inovação não morram antes do tempo”, explica.

Uma vantagem da startup para contratar novas pessoas sem prejudicar a cultura da inovação é o fato de ela já atrair colaboradores que estão buscando atuar nesse ambiente.

“Quem procura trabalhar numa startup já sabe um pouco o que irá encontrar: um ambiente de incerteza, onde os processos não estão 100% estabelecidos – um sinal de que as pessoas podem mudar de função no decorrer do negócio. É um pouco mais simples quando o candidato vai atrás da startup de forma proativa”, afirma Franganillo.

A criação de equipes autônomas

A jornalista Jeanie Keogh, da Board of Innovation, relatou como os colaboradores lidaram quando descobriram que a empresa cresceria de tamanho, em outubro de 2017. A intenção dos fundadores era só uma: manter os valores básicos da startup após esse crescimento.

Sob a nova estrutura, foram formados círculos independentes, sem líderes estabelecidos, e funções – como marketing, recrutamento e vendas – que poderiam ser rotativas. Dessa maneira, as pessoas tinham a liberdade de analisar em qual função ela estaria mais bem adaptada.

Os círculos, “comandados com base na confiança, e não no controle”, segundo ela, eram novamente divididos quando chegavam a oito colaboradores. Com o tempo, eles agiam de fato como grupos independentes, com seu próprio orçamento, seus clientes e até mesmo autonomia para contratar e demitir pessoas da equipe.

Segundo ela, o resultado foi positivo. Um ano depois, as funções já pareciam mais naturais. “Estamos basicamente funcionando como os carros autônomos”, define Keogh. Atualmente, os círculos têm líderes, que basicamente atuam como coaches na equipe.

“Hoje há mais projetos do que antes, então aumentamos nosso impacto, provando que essa maneira de trabalhar é um sucesso. Os fundadores nunca tiveram que intervir”, conta a jornalista.

Houve também alguns problemas, segundo ela, principalmente em relação a colaboradores que tiveram dificuldade em trabalhar com tanta responsabilidade em mãos, ou se sentiram forçados a integrar os círculos. Mas nada que atrapalhasse o caminho. “Para se tornar uma organização autônoma, nós precisamos ser sérios sobre a cultura do feedback e deixar para trás o comodismo da zona de conforto, que evita os conflitos”, conta Keogh.

 

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