Criada por uma brasileira e dois irlandeses, mas pensada especialmente para nosso mercado, a Love Mondays participou da segunda turma da Aceleratech. Durante esses 4 meses, eles conquistaram muito, mas nem tudo são rosas. Até ganhar o Latin America Startup Challenge, o caminho foi árduo e cheio de trabalho duro. Falamos com eles para entender algumas das principais dificuldades, conquistas e dicas.
Para entender melhor como foi, fizemos uma entrevista com a Luciana Caletti, CEO e o Dave Curran, CFO.
Como vocês tiveram a ideia do Love Mondays?
Luciana: Percebermos, por experiência própria, que você só fica sabendo como realmente é trabalhar em uma empresa após começar a trabalhar lá. E até chegar a esse ponto, precisamos passar por um longo processo de seleção, uma negociação árdua sobre o salário e às vezes até mesmo mudar de cidade para iniciar o emprego. Depois de tudo isso, às vezes acontece o pior: A empresa não é nada do que sonhávamos. Mas nesse ponto já é tarde demais.
Dave: Queremos evitar essa situação desagradável – tanto para profissionais quanto para a empresa. Nosso objetivo é ajudar profissionais a entenderem como realmente é trabalhar nas empresas antes de aceitarem uma proposta de emprego. Por isso criamos uma plataforma onde funcionários contam, de maneira anônima, como é trabalhar nas empresas. Lendo as opiniões honestas dos funcionários é mais fácil entender a cultura da empresa, as oportunidades de carreira, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e outros pontos importantes para cada um. Com acesso a essas informações, é possível tomar uma decisão mais bem informada sobre qual é a melhor empresa para desenvolver a carreira dos seus sonhos.
Aceleratech: E como vocês se conheceram? Como foi a experiência de achar dois sócios na Irlanda?
Luciana: Eu e o Dave fizemos MBA em Oxford. Quando estávamos procurando emprego durante os últimos meses do curso, usamos o Glassdoor.com, um site com avaliações de empresas e vagas de emprego, e achamos extremamente útil. Dois anos depois, decidimos empreender. O nosso grande problema era que não tínhamos ninguém para cuidar de nossa parte de desenvolvimento de produto.
Dave: O Shane e eu éramos amigos de longa data, e em uma viagem a Dubai, descobri que ele também estava por lá. Combinamos de tomar uma cerveja, e ao conversar sobre o objetivo empreendedor dos dois, pensei que ele poderia nos ajudar bastante com a Love Mondays. Claro que tivemos um período de estudo e avaliação, tanto da parte dele quanto da minha. Mas logo ficou claro que ele seria ótimo para nos ajudar.
Aceleratech: E como vocês decidiram pelo mercado brasileiro?
Luciana: Eu sempre achei que o Brasil ainda tem muita oportunidade para inovação e startups. Estudando também a área de Recursos Humanos, percebi que a necessidade por alguma ferramenta que tivesse o recurso da avaliação por parte do profissional, que é o fio condutor da Love Mondays. Todos esses fatores combinados à descoberta do programa Start Up Brasil foram decisivos para a nossa escolha, até porque não tínhamos networking profissional por aqui, e o Start Up Brasil foi uma segurança de que teríamos acesso a esses contatos.
Aceleratech: O que mudou em seu modelo de negócio desde que vocês entraram na aceleração ?
Dave: Apesar do coração de nossa empresa não ter mudado, a forma que trabalhávamos com ele mudou. Revisamos nosso posicionamento, proposta de valor, estratégia de execução e vendas, enfim, várias mudanças que não descaracterizaram a Love Mondays, e sim deixaram-na mais escalável, o que foi fundamental para nosso crescimento.
Aceleratech: Qual foi a maior dificuldade da Love Mondays durante a aceleração?
Luciana: O primeiro mês foi muito desafiador. Além das aulas, e mentorias e entregáveis, presentes em todo o programa, essa foi a época que revisamos e validamos todas os pontos estratégicos da empresa. Recebemos diversos feedbacks sobre o nosso projeto, então conciliar as tarefas e fazer as melhorias propostas foi bastante intenso.
Aceleratech: E o que mais ajudou vocês?
Luciana: Durante a aceleração fomos “bombardeados” por feedbacks e sugestões, tanto dos mentores, quanto de nossos clientes durante a validação e da Aceleratech. Esse foi um momento muito valioso, porque a partir disso conseguimos implantar um modelo de negócio e um produto muito mais maduros.
Dave: Outro ponto fundamental foi o contato com as outras equipes. O ambiente aqui é muito rico e cheio de parceria. Foi fundamental contar com o feedback das outras startups, dividir ideias e soluções, e observar o desafio de todos.
Aceleratech: E como foi o Latin America Startup Challenge?
Luciana: O evento foi uma experiência fantástica, uma oportunidade única para contatar investidores e compartilhar experiências com outros empreendedores. A competição estava muito forte, com startups extremamente inovadoras e avançadas, e a Love Mondays ter sido escolhida como vencedora significa que a comunidade de investidores e empreendedores realmente acredita que temos uma proposta inovadora, que criamos valor para nossos clientes e usuários e que temos uma equipe qualificada para atingir o grande potencial de crescimento do negócio.
Aceleratech: Qual seria uma dica que vocês dariam para todas as startups?
Luciana: Faça algo que você ama e acredita. Todos os empreendedores passam diariamente por desafios, mas eles só se tornarão aceitáveis se você confiar que está realmente resolvendo um problema.
Dave: Você pode criar mil hipóteses, mas elas não vão se confirmar ou refutar sozinhas. Vá para a rua. Fale com seu consumidor, investidores e outras startups.