Atualmente, Corporate Venture Capital é considerada a forma mais evoluída do relacionamento entre startups e grandes empresas, onde a corporação investe ou adquire startups. A modalidade está crescendo de maneira considerável, e hoje mais de 30% de todos os deals de investimento em startups possuem uma companhia de grande porte envolvida.
Quais os benefícios do Corporate Venture Capital?
Os Corporate Venture Capital agregam valor à empresa-mãe. Atuam como um complemento aos esforços internos de P&D, e desenvolvimento corporativo. Fornecem também, acesso à tecnologias e modelos de negócios novos e disruptivos, que poderiam servir de upside ou até proteção para o futuro da companhia.
Por outro lado, mesmo com uma movimentação global de USD 57,1 bilhões em 2019, de acordo com dados de Preqin e CB Insights, Corporate Venture Capital ainda é uma modalidade em começo de crescimento.
No entanto, muitas companhias começam a olhar o investimento e aquisição de startups sob uma ótica de retorno financeiro e estratégico. Corporate Venture faz parte da estratégia de inovação e crescimento inorgânicos – o “buy” em “buy, build or partner”.
> Leia mais: Quais os maiores erros do Corporate Venture?
> Leia também: Modelos e tendências de Venture Capital
Principais objetivos de estabelecer e operar Corporate Venture Capital:
- Trazer inovação para as empresas, através de startups que estão inovando e potencialmente aumentar a competitividade das empresas, ao entrar em novos mercados ou defender os mercados existentes;
- Acesso a novas tecnologias, modelos de negócios e tendências que afetam os negócios principais e adjacentes da empresa, ou seja, busca de uma estratégia de “construir, se tornar parceiro e comprar”;
- Buscando parcerias com startups em que a empresa possa ser um cliente direto ou vender o produto a seus clientes, gerando receita;
- Obter um grande retorno financeiro dos investimentos do CVC, o que, por sua vez, poderia aumentar o lucro por ação (EPS) da empresa-mãe.
Ainda existem diversos outros objetivos financeiros e estratégicos:
Estratégico
A princípio, os investimentos são estratégicos. Eles são feitos principalmente para aumentar as vendas e os lucros dos próprios negócios da corporação. Uma empresa que faz um investimento estratégico procura identificar e explorar sinergias entre si e a startup investida.
- Alavancar a estratégia de inovação da empresa;
- Ganho de velocidade na experimentação em novos mercados;
- Co-criação de novos produtos/serviços;
- Aproveitamento de canais de distribuição;
- Consolidação no mercado core (compra de novos entrantes);
- Aquisição de talentos e tecnologias;
- Internacionalização mais rápida;
- Adquirir conhecimento mais rápido sobre startups;
- Mudança de mindset da organização;
- Aproveitamento de sinergia de negócios entre o portfólio e o core business.
Quando uma grande corporação deve comprar uma startup?
Financeiro
Por outro lado, o objetivo do investimento é financeiro, onde uma empresa busca, principalmente, retornos atraentes.
Aqui, uma corporação procura se sair tão bem quanto seus investidores privados de capital de risco. Considerando seu conhecimento superior de mercado e tecnologias, seu forte balanço patrimonial e sua capacidade de ser um investidor paciente. Além disso, a marca de uma empresa pode sinalizar a qualidade da startup para outros investidores e clientes em potencial, retornando recompensas ao investidor original.
Em suma, investir em startups também permite que a empresa-mãe avalie possíveis aquisições estratégicas em uma data posterior. Fazendo assim, um acompanhamento pré-M&A, de forma menos dispendiosa, podendo levar à benefícios inerentes e sinergias inexploradas.
- Menor custo e maior velocidade na criação de novas linhas de receita e produtos;
- Novas linhas de receita com as vendas das startups investidas;
- Retorno sobre o capital investido (como qualquer investimento);
- “Desconto” em possível M&A futuro
Desde já, o componente estratégico e de sinergias com a corporação é mais forte e recorrente que o modelo Venture Capital “tradicional”. Menos de 30% das companhias que já atuam dessa forma disseram ter retorno puramente financeiro – ou seja, ganhar com a valorização e exit da startup.
Unindo o útil ao agradável
Definitivamente, para as empresas, os benefícios incluem a possibilidade de retornos financeiros acima da média relacionados a qualquer investimento de capital de risco e benefícios estratégicos, como acesso a novas tecnologias ou insights que, de outra forma, poderiam estar indisponíveis.
Por fim, Corporate Venture Capital possibilita que muitas empresas saiam da dicotomia que enfrentam: trabalhar pressionadas por resultados de curto prazo, ou trabalhar por uma visão de futuro que leve a empresa a novos patamares. Já que Corporate Venture Capital concilia ganhos de curto, médio e longo prazo – primeiro via integração e aproveitamento de sinergias, e depois de maneira mais robusta.