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Quais são os maiores erros do Corporate Venturing?

Inovar com startups é uma forma frequente das empresas inovarem, mas… o que é o Corporate Venturing? Existe uma ambiguidade sobre o termo e falta de acordo sobre a sua definição  (Narayanan et al., 2009; Reimsbach y Hauschild, 2012). Hoje vamos entender quais são os maiores erros ao realizar uma estratégia de Corporate Venturing.

Podemos achar múltiplas descrições:

  • Corporate Venturing é o processo de investimento em startups por corporações. Birkinshaw, van Baster Batenburg, Murray, 2002
  • Corporate Venture é a expressão utilizada para caracterizar qualquer esforço de uma corporação para criar novas iniciativas empreendedoras. EY e Endeavor, 2018
  • Corporate Venturing o esforço corporativo e empreendedor, que leva a organização à criação de novos negócios internos ou externos, oriundos de inovações que viabilizem a exploração de novos mercados, novos produtos ou até mesmo de novas unidades de negócios. Harvard Angels do Brasil. Corporate Venturing no Brasil Aprotec, 2019
  • O Corporate Venturing é o “marco de colaboração que atua como ponte entre empresas estabelecidas e startups inovadoras”. IESE School Corporate Venturing LATAM, 2020

Corporate Venturing x Intraempreendedorismo

Desde a “revolução das startups” a quinta onda Corporate Venture Capital (2010), o termo corporate venturing está muito mais relacionado a inovar com startups, existindo um termo específico para iniciativas de inovação interna: o  intraempreendedorismo.

O intraempreendedorismo ajuda as empresas a inovarem?

É muito diferente inovar com startups de inovar dentro da empresa, mesmo as duas iniciativas sejam totalmente complementares. Por esse motivo focaremos no Corporate Venturing  como inovação com startups, definindo o Corporate Venturing como: colaboração estratégica com startups para melhorias operacionais, estruturais e inovações no modelo de negócio.

O que é Corporate Venturing?

Inovando com Startups

Inovar com startups não é novidade, existe a décadas mas está com muita  força nos últimos 15 anos, segundo alguns dados que mostram a importância para as empresas:

Contexto Internacional

investimento em unicórnios

 

Contexto Brasil

Enquanto o Corporate Venturing está em crescimento há anos, no Brasil ainda estamos em um estágio mais inicial mas que sem dúvida será de grande crescimento nos próximos anos.

 

Corporate Venturing Brasil

Brasil em relação a LATAM. Setores que desenvolvem Corporate venturing por país na LATAM:

Corporate Venturing Latam

O Corporate Venturing nas empresas

Existem múltiplos exemplos de empresas que fazem um Corporate Venturing excelente como:

Brasil 

BoostLabs do BTG: Eleito, pela revista Global Finance, como um dos 25 melhores centros de inovação financeira do mundo (2018 e 2019). Tem como benefícios desde mentorias, parcerias até investimentos. Potencializou mais de 30 startups em estágio de scale up.

Randon Ventures: Desenvolvimento de negócios e investimento em startups. Tem como benefícios mentorias, investimento e desenvolvimento de negócios com as diferentes unidades de negócios da Randon.

Linx: Investimento e aquisições de startups para procurar crescimento e posicionar-se em novos mercados, exemplos: Hyper, ShopBack ou Seta Digital entre outras.

No contexto Internacional temos grandes nomes como Google, Intel Capital, Amazon, Sales Force, Samsung entre muitas outras.

Os maiores erros do Corporate Venturing

Saber o que dará certo nos programas de Corporate Venturing é importante. Agora, precisamos saber também o que não fazer e coisas que poderão acabar com a iniciativa na empresa. São alguns exemplos:

Falta de Incentivos da Direção 

A diretoria deve estar “comprada” com a iniciativa de Corporate Venturting. Se isso não acontecer a iniciativa será sem impacto na estratégia da empresa. Os incentivos da diretiva deveriam estar ligados com os resultados do Corporate Venturing, quanto mais longe os objetivos do Corporate Venturing estão dos incentivos da diretoria, maior porcentagem de fracasso.

Resistência interna

Ao trabalhar com startups, precisamos ter um mindset de querer fazer e aprender coisas novas e ter tolerância aos erros. No longo prazo, isso pode se chocar com a mentalidade de alguns diretivos, que por desconhecimento, podem acabar como detratores. Localizá-los para engajá-los seria uma boa iniciativa, treinar como mentores e incluir pessoas que irão trabalhar com startups nas fases de processo de seleção pode incrementar o engajamento e visão positiva de trabalhar com startups.

Falta de definição de teses e objetivos

É fácil se perder se a empresa não coloca objetivos claros alinhados com a estratégia da empresa. Costumo dizer que trabalhar com startups é parecido a fazer compras no supermercado. Se você não faz a lista de compras e vai com pressa, acabará comprando e pagando demais e se frustrando porque provavelmente esquecerá coisas que precisava. Isso que acontece com startups sem objetivos estabelecidos, não poderemos trazer o perfil de startups nem desenhar a tese.

Falta de Alinhamento das expectativas

O que espera a companhia quando trabalha com startups? O que espera a Startups quando se relaciona com a empresa seja com parcerias de negócios ou investimento? Qual será o ganho para a empresa? Qual será o ganho para a Startup? Saber responder essas perguntas é crítico para o atingimento das expectativas.

Não organizar a Governança

Quais serão as práticas de relacionamento da empresa com a startups? Quais as rotinas de acompanhamento? Quais serão o tipos de reports? Essas práticas devem ser diferentes considerando se a empresa está gerando negócio com a startups ou está investindo na startups.

Como a empresa irá ajudar a startups a “navegar” na burocracia interna? Como a empresa terá processo ágeis para favorecer o relacionamento com a startups? Quais serão os níveis de decisão para trabalhar com startups? Quais pessoas precisam estar nos comitês de decisão e resultados?

Todas essas perguntas devem ficar claras para ter uma governança.

Não alinhar Cultura e Mindset

Empresa e Startups podem ser duas organizações antagônicas, se a empresa não respeita a natureza e cultura da startups querendo que se adapte a empresa, causará um atrito tendo uma parceria o investimento com a startups que não serve.

Não mostrar resultados

Uns dos principais motivos de descontinuidade das iniciativas de Corporate Venturing é não mostrar resultados para a companhia. Os resultados devem ser estratégicos e financeiros, colocar os KPIs adequados é fundamental para o sucesso. O time do Corporate Venturing deve mensurar a estratégia e mostrar para a empresa.

Time

A empresa tem um conhecimento ótimo sobre seu mercado mas precisa de adquirir conhecimento sobre startups para isso deverá ir ao mercado para implementar esse conhecimento se não tem dentro de casa. 

O time deve falar as duas línguas: da startups e da companhia.

Os ciclos do Corporate Venturing

Os Corporate Venturing passam por uns ciclos com motivos para descontinuar que vão mudando com o tempo, os principais:

ciclos do corporate venture

Em suma, considerar os fatores de fracasso do Corporate Venturing, assim como os objetivos principais para cada ciclo de vida, incrementará a taxa de sucesso e durabilidade do projeto na empresa. 

consultoria de inovação

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