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Espaço físico ajuda a inovar?

Vivemos hoje um culto do espaço de trabalho bonito, com mesas de jogos, cerveja, áreas de descompressão e, porque não, piscina de bolinhas. Porém, dentro da expertise ACE, o espaço por si só não significa inovação. A inovação tem a ver com cultura, processos, pessoas e valores. 

As empresas muitas vezes têm uma visão errada da função do ambiente criativo. Um exemplo: apostar em um ambiente aberto para emular uma companhia mais transparente – quando, na verdade, uma coisa não tem a ver com a outra. Não adianta mudar espaço físico se não mudar a cultura. 

Quando falamos de inovação, as empresas logo associam a adoção de novas tecnologias, metodologias ágeis e espaço criativo. Se inovação fosse isso, seria fácil se tornar inovador.

Melhor exemplo de que espaço bonito não faz empresa inovadora são as próprias startups, cujo primeiro escritório é sempre um puxadinho.

Ambiente e cultura

O ambiente pode – na verdade, deve – exprimir a cultura da empresa. Um bom exemplo é a Amazon, que reutiliza portas como tampos de mesa: símbolo do conservadorismo financeiro. Ou o Google, criado à imagem dos dormitórios da Universidade de Stanford, que era a referência, à época, dos fundadores Larry Page e Sergey Brin.

Fato curioso: no Vale do Silício, o aumento da venda de mesas de ping pong é diretamente proporcional ao aumento de investimento em startups. Você pode ler aqui

Essas “áreas de diversão” têm o objetivo de desenvolver team building entre os colaboradores das startups. Mas, para isso, não é necessário mesas de jogos. Há outras maneiras de estimular a conexão entre as pessoas e equipes. A Pixar, por exemplo, organizou o escritório de maneira que os caminhos das pessoas sempre se cruzassem. Bom exemplo por aqui é o espaço da Magalu, que tem salas modulares que se adaptam de acordo com a necessidade dos squads que trabalham lá. 

Os espaços abertos

As empresas podem ter uma visão errada do funcionamento de espaços de estrutura moderna. Por exemplo: apostar em um ambiente aberto para ser uma empresa mais transparente. Os dois conceitos não estão necessariamente ligados. Não adianta mudar o espaço físico se não mudar a cultura. 

Uma pesquisa realizada por Harvard mostrou que pessoas ficam – acreditem – menos sociáveis em espaços abertos, e que a comunicação passa a acontecer em canais digitais, perdendo, então, a interação direta. Esse tipos de ambiente pode inclusive aumentar o nível de stress por conta de ruídos e interrupções, resultando na queda de produtividade. 

Há um cenário ainda pior para o espaço aberto: ser aplicado apenas para níveis funcionais da empresa, enquanto a diretoria e o C-Level segue em suas salas. Além de fomentar o distanciamento, esse formato acaba por formar castas dentro das empresas.

Falamos nesse episódio:

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