O que virá nos próximos meses? Os empreendedores da 10ª turma de aceleração da ACE tiveram uma ideia no segundo dia do Wizard, nesta terça-feira (03/10). Uma pista: a tendência é acelerar – não só as empresas, mas também o ritmo.
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Num debate conduzido por José Gutierrez, head de aceleração da ACE Sul, os empreendedores César Terrin, da N2B, Guilherme Ebisui, da Poppin, e Rafael Abboud, da Equalize, contaram o que aprenderam em suas semanas do Wizard e os principais desafios durante a aceleração com a ACE.
César Terrin, da N2B - "No Wizard, descobrimos que lutávamos com as armas erradas. Aprendemos a atuar no ecossistema empreendedor.
César contou que foi preciso reformular em grande parte a N2B. E esse é uma possibilidade que espreita os empreendedores da nova turma. Um caminho difícil, mas necessário para ter um modelo de negócios mais consistente.
A ideia inicial da Equalize não mudou no Wizard – e foi validada. O modo de executá-la, porém, sofreu uma reviravolta.
Rafael Abboud, da Equalize - "É melhor fazer mudanças no começo do que ficar, depois, patinando. Não conseguíamos explicar o que fazíamos. A abordagem dos processos e para os clientes mudou muito."
Os participantes também deram conselhos para os futuros acelerados.
Guilherme Ebisui, da Poppin - "Aqui, quem dá o ritmo é o empreendedor. Aproveitem muito as mentorias, vejam a ACE como um parceiro estratégico e deem o máximo possível de vocês."
Ao serem questionados como definiriam o programa em uma só palavra, César, Guilherme e Rafael citaram termos diferentes que, juntos, deixam claro o que espera a nova turma. Respectivamente: transformação, networking e pressão.
Martelando conceitos
A estrutura da primeira semana de aceleração foi construída para estabelecer lógicas importantes no imaginário dos empreendedores. Compreender a dor real dos clientes – e encontrar uma resposta clara e matadora para essa necessidade –, por exemplo, é um ponto essencial. Ele foi retomado e ampliado durante diversos momentos do segundo dia do Wizard.
Os empreendedores tiveram uma aula sobre um dos conceitos mais importantes, hoje, em relação a modelos de negócios nascentes. É o lean startup, popularizado pelo empreendedor Eric Ries.
Após uma excursão por diversas metodologias criadas para talhar negócios e ideias – principalmente em aspectos como produto, time, gestão e estratégia –, ministrada por LG Lima, acelerador da ACE, todos foram convidados a um exercício de reflexão sobre suas startups (tarefa que, como já é praxe, se repetiu ao longo do dia).
É de fora para dentro
Ao falar sobre os conceitos de job to be done e proposta de valor, Sulivan Santiago, acelerador da ACE, apresentou um exemplo aparentemente simples de necessidade do cliente: pregar um quadro na parede. Entre as diversas opções disponíveis, qual ferramenta o cliente escolherá?
“Quem usa um martelo quer resultados diferentes de quem usa uma furadeira”, adiantou Sulivan. O cliente poderia ainda escolher uma fita adesiva de dupla face ou até contratar um especialista. Em cada caso, há uma necessidade que se destaca. Às vezes é ser mais prático, outras garantir maior longevidade ao suporte, em alguns casos é não estragar a parede, etc.
Cada solução é mais adequada para um tipo de situação, apesar de, no fim do dia, todas concorrerem entre si. A necessidade, porém, é quem dita a solução. O contrário não existe.
Sulivan Santiago, acelerador da ACE - "Inovação e disrupção precisam ser pensadas de fora para dentro."
Entre os diferenciais, seja bizarro
Dando continuidade à aula de estratégia do primeiro dia, Pedro Waengertner, CEO da ACE, revisitou os conceitos de diferencial, competências e concorrência. Ele atribuiu a todos a tarefa de investigar com profundidade esses aspectos em seus negócios.
Pedro Waengertner, CEO da ACE - "Produto nunca é diferencial. Diferencial é a filosofia aplicada a ele. E, mesmo assim, esse diferencial só será verdadeiro se for percebido pelo cliente. Senão, só existe na cabeça do empreendedor."
Aproveitando o gancho, Pedro frisou um ponto importante sobre essência. “Abracem o lado bizarro de vocês. Não o escondam e nem tentem se enquadrar na média. As boas startups têm gente que pensa muito diferente da média.”
Ao perguntar quantos dos empreendedores se identificavam daquela forma, Pedro notou algumas mãos abaixadas – e tratou de desfazer o mal-entendido. “Ser bizarro é um dos nossos critérios de escolha. Não adianta fugir, todos vocês são.”
Como se preparar para a aceleração
As startups aprovadas para o processo de aceleração da ACE passaram por um longo e criterioso funil de seleção. Boa parte das que ficaram no caminho são boas startups, mas que ainda não cumprem alguns dos principais critérios do nosso processo seletivo.
Se você ainda não está no momento de acelerar ou se não foi aprovado dessa vez, temos um convite para você. Frequente os eventos da ACE, para receber feedbacks da nossa equipe, e baixe nossos conteúdos educacionais gratuitos para fazer sua startup avançar mais rápido.