A organização por Squads prevê o desenho de estruturas focadas em projetos específicos. Assim como um esquadrão do exército é composto por profissionais diversos, somando as competências necessárias para vencer uma batalha específica, um esquadrão corporativo também é formado por pessoas com experiências e focos diferentes, que, juntas somam as funções necessárias para enfrentar desafios específicos do negócio.
A origem dos Squads vem da evolução das metodologias ágeis, mais especificamente do método Scrum, como conta esse vídeo do Spotify (lá de 2014, mas mais relevante do que nunca). A empresa Sueca, inclusive, é referência na implementação e uso de Squads na solução rápida de problemas da empresa.
Squads e pessoas
Levantamos esse debate com nosso time de Innovation Leaders, Heitor Chaves, Romeu Rechdan e Mayte Carvalho, que avaliam: o que é esperado de pessoas que participam desse formato organizacional?
“A liderança tem que estar confortável com o processo e metodologia e entender que as pessoas terão que ficar 100% disponíveis para o Squad”,pontua Heitor. A preocupação se dá pois as pessoas participantes do projeto são “destacadas” do dia a dia e das atividades diárias. “Para isso, Precisam ter um treinamento e um mindset diferente do que estão acostumados”, completa.
Outro ponto importante é desenvolver a mentalidade empreendedora nos colaboradores das empresas. O Intraempreendedor precisa ter um arquétipo mais hands on, com ownership e apetite a riscos do que um colaborador tradicional. Um dos maiores trabalhos a ser desenvolvido nos Squads é o mindset, que deve ser rompido dos moldes tradicionais de foco na concorrência e resultados esperados já quantificados. “Pessoas são a matéria prima do nosso trabalho e se elas não estiverem alinhadas ao mindset e com vontade de estar ali, inovando e arriscando, não temos nada”, explica Mayte.
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Qual a melhor formatação de Squads?
Os grupos multidisciplinares podem funcionar em dinâmicas e interações diversas, entre 3 e 10 pessoas. Porém, o time ACE destaca duas funções principais:
- O Product Owner (PO), que é o guardião das metodologias, sprints e processos. É o fio condutor do squad
- O Innovation Leader, que oferece repertório, mentorias e abordagens conforme cada momento do squad (ideação,validação,tração) e cada framework (new ventures, go to market e eficiência operacional)
Como Innovation Leader, Romeu destaca suas seguintes atribuições no bom andamento dos Squads:
- Seguir e aplicar o método ACE;
- Trazer insights de mercado;
- Trabalhar as emoções ao longo das interações;
- Dar treinamentos sobre metodologias ágeis.
Pelo sucesso da corporação
Segundo Romeu, o processo de Squads é visto como uma oportunidade de crescimento tanto pelos executivos C-Level quanto pelos colaboradores mais jovens de uma empresa. Porém, a mesma visão não se repete em todos os níveis. “O processo de inovação pode ser visto pelo nível intermediário (média gerência) como uma ameaça”, explica. “Eles têm medo de perder o controle e, principalmente, de não conseguirem se adaptar as novas metodologias de trabalho”.
Mayte dá a dica final para adotar os Squads sem medo. “Abandone suas crenças. Esqueça todas as premissas de mercado que tem porque um report te mostrou. Vá pra rua e descubra você mesmo!”.