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Workshop de postit funciona?

Nós na ACE também assumimos a culpa: fazemos reuniões e workshops de postits semanalmente. Mas você sabe a origem e os conceitos por trás dessa prática que se tornou sinônimo de inovação? E, mais ainda, workshop de postit, funciona?

Muito se engana quem pensa que o design thinking é modismo recente. Ele pode ter sido alçado ao hype nos últimos anos, mas sua origem é em 1950, quando Buckminster Fuller, inventor do MIT, reuniu experts de áreas diversas em uma sala para solucionar problemas – ou seja, olha aí a origem dos times multidisciplinares.

Nos anos 1960, a metodologia se espalhou pelos Estados Unidos, mais num sentido industrial, de prototipação de produtos. O formato como conhecemos hoje vem lá de meados dos anos 1990, pelas mãos de Tim Brown, CEO da IDEO, que começou a pensar problemas tendo o cliente como centro da equação. Nessa evolução, encontramos também o design sprint, metodologia de cinco dias criada pelo Google para agilizar a criação de protótipos e processos.

Nesse contexto, design thinking é uma filosofia que olha para a jornada. O design sprint é a receita do bolo, os entregáveis.

>> Conheça o Design Sprint

Mas indo ao que interessa: Design thinking funciona?

A verdade é que passo importante é o que é feito no dia seguinte do workshop, como endereçar tudo aquilo que foi levantado? 

Um erro fatal e comum ao processo: não colocar a voz do cliente. Existem duas coisas fundamentais: um time multidisciplinar para dar várias óticas e, claro, colocar o cliente no centro do processo, focando em problemas e necessidades. 

Outro ponto de atenção é o group thinking, conceito da psicologia que afirma que grupos têm a tendência a chegar a uma mesma conclusão após algum tempo reunidos. Isso gera uma falsa ilusão de problema solucionado e uma satisfação de missão cumprida.

E o que acontece no dia 2, após o workshop? Identificou a dor principal do cliente? Vá a rua falar com ele para validar as ideias. Quanto mais você descobre seu cliente, mais se aproxima da realidade e derruba ideias erradas pré-concebidas. 

Um dos erros mais comuns é focar demais na solução e não no problema. Isso é o que pode acontecer se colocarmos somente especialistas da solução para resolver o problema. A resposta fica tão “óbvia” que não é colocada à prova. Porém, faz sentido acrescentar especialistas quando existirem todos os problemas e necessidades já mapeados. 

Depois da ideação

Onde os times eventualmente falham ao tentar executar tudo isso? Primeiro, na ausência de um objetivo claro para o projeto. Depois, no real entendimento do tempo que o projeto pode demorar. Se é inovação de verdade, não sabe-se qual será o entregável final. Um erro é também estabelecer metas tradicionais e a expectativa do ROI em curto prazo. A pressão para apresentar um resultado financeiro acaba pulando etapas importantes do processo até alcançar o product market fit. 

Startups X grandes corporações

Uma das expectativas das grandes empresas ao adotarem o design thinking é ganhar a agilidade das startups e lançar produtos em um mês. Mal sabem eles que para chegar ao produto lançado, as startups também podem demorar alguns bons anos para evoluir o MVP. Mas aí pode estar um outro equívoco das grandes empresas: colocar um produto novo sem nenhuma interação com o cliente pode sair muito caro.

OK, para uma startup inovar é mais fácil, pois ela é muito mais rápida em atuar na dor específica do cliente, na qual coloca 100% do foco. Desde o início ela é criada para criar um grande impacto naquele segmento, já nascem com a meta de fazer diferente. 

“Empreender é se jogar de um precipício e construir um avião durante a queda”, Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn. 

E aí, qual sua conclusão? Workshop de postit funciona?

Para saber a nossa, ouça ao episódio completo do podcast.

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