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Venture Capital: novos modelos e tendências

Antes de mais nada, nos últimos anos, o modelo tradicional de Venture Capital tem se mostrado interessado em ser mais eficiente. Nos EUA, principalmente, onde existe um ecossistema de inovação e uma legislação que estimula o investimento em empreendedorismo. Além de uma redução do custo de capital no mundo, têm surgido diversos novos modelos e diferentes teses de investimento de capital empreendedor.

O Cenário de Venture Capital no Brasil

Por outro lado, no Brasil, ainda é difícil enxergar muita inovação nos modelos de Venture Capital, muito disso, em razão de ainda não sermos um ambiente de empreendedorismo e startups robusto – tudo isso somado a uma regulação um pouco antiga. 

Nos últimos anos, apoiado pela redução da taxa Selic e maior profissionalização do nosso ecossistema empreendedor, têm crescido o número de novos fundos de Venture Debt (Dívida para Startups), tendo pelo menos quatro grandes players no nosso país. Apesar de estarmos atrás de ecossistemas de Startups mais evoluídos, acredito que estamos evoluindo rápido e que alguns desses novos modelos poderão surgir em breve para dar mais opção a empreendedores.

Relatório Venture Debt: Mercado e tendências no Brasil e no mundo

A princípio, investir em empresas iniciais gera sempre um risco, mas nos últimos anos, os novos modelos de Venture Capital buscam um encaixe melhor gestão de risco pelos investidores. Por outro lado, fornecem um melhor atendimento às necessidade de financiamento de empreendedores. 

Venture Capital e a sua matemática: como funcionam?

Quais os principais modelos de Venture Capital

Fundos Bootstrap

Um dos grandes questionamentos do modelo de Venture Capital ‘tradicional” são: a alta diluição das participações dos empreendedores, e a falta opção aos empreendedores – em razão da exigências de investidores pelo crescimento acelerado e a qualquer custo.

Consequentemente, recentemente têm surgido um novo formato de Venture Capital. Este é mais amigável aos empreendedores, atrelando o retorno do fundo à participação das receitas ou do lucro da startup. Isso gera uma opção à equipe empreendedora de preservar o seu equity (participação) por meio da lucratividade ou da geração de receita da sua Startup. 

Com isso, a ideia do investidor é que, com o foco em receita e lucratividade, é possível ter mais previsibilidade do retorno do capital do fundo.

Por exemplo, os principais investidores nesses modelos são Indie.vc – com um modelo de repagamento com percentual da receita, Earnest Capital – com o modelo de compartilhamento do lucro, e TinySeed.

Neste link o autor explica e compara os modelos baseado em compartilhamento de receita e de lucro.

Rolling Funds (Fundos Rolantes)

A Angellist, plataforma de conexão de ecossistema de startups global (empreendedores, talentos e investidores), lançou recentemente uma nova funcionalidade de investimento em Venture Capital, trata-se dos Fundos Rolantes (Rolling Funds). Como o nome diz, ele é é uma operação de investimento ‘rolante’, ano a ano, ou seja, não tem data para encerrar a captação ou a sua fase de investimentos. 

Funciona da seguinte forma: um gestor, empreendedor ou especialista, com boa audiência e renome, pode usar a plataforma da Angellist para estruturar operacionalmente e levantar o seu fundo de investimento. Os aportes pelos investidores do fundo são feitos por meio de um compromisso anual, e de desembolsos trimestrais.

Os fundos rolantes da Angellist facilitam a parte burocrática de construção do fundo e captação de investimentos, e pros investidores quase que como um formato de assinatura. 

A ideia é que qualquer nomes da indústria de empreendedorismo e de Startups, que possuem grande audiência e com uma tese de investimento interessante, poderão ter o seu fundo de investimento e financiar empreendedores de suas comunidades.

Recentemente o Sahil Lavingia, fundador do Gumroad, plataforma para criadores de conteúdo, captou em meio a pandemia US$ 5 milhões utilizando apenas o Twitter e uma apresentação do Zoom. Ele aproveitou da sua audiência nas redes sociais e a viralidade do tópico para fazer a captação. Neste link ele apresenta o racional de como funciona os aportes pelos investidores e sua tese de investimento.

Segundo alguns especialistas, isso pode ser relevante para o futuro do ambiente de  investimentos em estágio Seed e Pre-seed.

Solo-VC ou Solo-Capitalist

Em grande rodadas do mercado Early-Stage, também vem acontecendo outra tendência onde pessoas físicas lideram grandes rodadas. Os chamados “Solo Capitalist”. São ex-empreendedores ou executivos, com influência nos seu mercado, conhecimento e/ou experiência, que lideram rodadas de Venture Capital, algumas vezes, tirando grandes gestores ou fundos, e tomando a liderança das rodadas.

O Solo-Capitalist é Gestor de um Fundo (General Partner), e a única pessoa dessa, de um fundo próprio, com outros poucos investidores nele. Ali, são alavancados pela marca pessoal dessa pessoa. Normalmente, lideram rodadas Seed, Series A ou later-stages, com cheques maiores que US$ 5 milhões, portanto, competindo diretamente com grandes fundo de Series-A nos EUA.

Com a empatia dos gestores de investimento de Venture Capital em questão, os fundadores de Startups têm recorrido a pessoas físicas como parceiros para liderar suas rodadas de investimento, baseado no relacionamento construído, expertise e marca desse investidor pessoa física.

Alguns casos recentes foram a rodada de Series-C da Front (contada nesse post da Co-Fundadora) e na rodada de US$ 15 milhões na NexHealth.

Financiamento de Receita Previsível

Com as taxas de juros globais em baixa, o custo de capital para empreendedores vem reduzindo, e em conjunto ao modelo de recorrência do SaaS (Software-as-a-Service) que traz uma segurança de fluxo de caixa para os financiadores, surge um modelo de financiamento quase que perfeito.

Tradicionalmente, um empreendedor de Startup pode levantar recursos para financiar o seu negócio por meio da venda de equity, sofrendo uma diluição da sua participação, ou podem levantar dívida, dando garantias do seu negócio e até outras amarras pessoais.

Nos últimos anos surgiu uma nova forma de financiamento para empresas SaaS. Novas empresas de financiamento estão criando linhas exclusivas para empresas SaaS possam vender sua Receita Recorrente, e assim investir no crescimento do seu negócio.

Em suma, ao dar acesso e integração ao faturamento da sua empresa ao financiador, o gestor ou empreendedor da empresa SaaS pode escolher quais faturas querem vender e receber os créditos por isso instantaneamente. A Pipe é uma empresa que está fazendo isso muito bem nos EUA e já levantou US$ 60 milhões da Tribe Capital. Aqui no Brasil há algumas empresas construindo negócios similares para financiamento de fluxo de caixa de empresas SaaS, como a a55.

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26 de julho de 2024 – São Paulo