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O cenário de CVC no Brasil

Como uma forma de alcançar inovação por corporações, o Corporate Venture Capital (CVC) é o processo de investimento direto em startups e a forma mais evoluída de relacionamento entre elas e a corporação. Neste artigo, iremos abordar especificamente o CVC no Brasil.

Em 2019, os investimentos feitos pelas corporações corresponderam a 25% de todo o valor investido em startups no mundo. Dessa maneira, o Brasil vem aderindo a essa forma de inovação corporativa e atingindo um grande espaço de parcerias entre startups e corporações, sendo líder em iniciativas na América Latina.

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Além disso, segundo a Harvard Angel Brasil, hoje, mais de 30% de todos os deals de investimento em startups brasileiras possuem uma empresa de grande porte envolvida, crescimento significativo de 10 pontos percentuais comparado ao ano de 2018, mostrando uma tendência crescente das empresas brasileiras.

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Quem faz CVC no Brasil

Mesmo sendo um mercado ainda inicial, o Corporate Venture Capital vem chamando cada vez mais atenção das empresas, com muitas delas já tendo algo estruturado nessa frente. Por exemplo, empresas como BTG Pactual, Randon, EDP, BASF e Linx já tem o Corporate Venture Capital como parte de sua estratégia. 

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boostLab do BTG Pactual: Eleito por duas vezes consecutivas (2019 e 2020) pela revista Global Finance como um dos 25 melhores centros de inovação financeira do mundo, sendo o único representante no Brasil. Atualmente, no 7° batch, o programa já gerou diversos resultados para as startups inscritas, dentre eles:

  • Mais de 40 startups maduras potencializadas;
  • Realização de negócios com 70% delas;
  • 6 investimentos.

EDP: outra empresa com relevância no mercado de CVC no Brasil, possuindo a primeira iniciativa de Corporate Venture Capital do setor elétrico brasileiro. A EDP Ventures Brasil é um veículo de investimento em startups com viés estratégico e foco em negócios em estágio inicial (seed investment) até negócios maduros (Series A).

Randon: Criada em fevereiro de 2020, a Randon Ventures busca startups para trazer ganhos estratégicos para as empresas do grupo. Apesar de recente, o braço de CVC da Randon já investiu em duas startups até o momento, com grandes expectativas para o ano de 2021.

BASF: A BASF lançou em 2016 o AgroStart, plataforma de aceleração de soluções agrodigitais. Assim, traz para as startups a possibilidade de ser investida pela BASF Venture Capital. Além disso, estabelece parcerias entre as startups e a BASF para funding, compra ou distribuição de seus produtos e serviços.

Linx: Com uma estratégia de crescimento e posicionamento em novos mercados, a empresa enxerga o CVC como uma grande alavanca dessa estratégia. Dessa forma, atua tanto no investimento quanto na aquisição de startups. Tendo como exemplos startups como: Hyper, ShopBack e Seta Digital.

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Estágio de maturidade

Apesar do crescente número de iniciativas de investimento em startups no Brasil, o mercado ainda se encontra em estágio inicial, visto que 62% dos CVCs no Brasil atuam há menos de dois anos. Assim, a falta de experiência e know-how frustram algumas corporações no relacionamento com as startups.

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Além disso, mesmo havendo uma quantidade de mais de 138 programas de conexão entre startups e empresas, 60% destes não alcançam seus objetivos iniciais na primeira onda, segundo mapeamento realizado pela ACE em 2020. Demonstrando a fragilidade e imaturidade no relacionamento corporação – startups, principalmente pela falta alinhamento de expectativas prévias, tanto de governança, quanto de envolvimento da liderança.

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Com isso, o CVC no Brasil vem em constante maturação e busca por atuação em seus níveis mais avançados, como o de investimentos e aquisição, como podemos ver abaixo. Por exemplo, 40% das empresas se relacionam com startups nos níveis 4 e 5. 

CVC no Brasil

Fonte: ACE Cortex 

Níveis:

  • 1 – Contratação de startups como fornecedores das áreas de negócio
  • 2 – Contratação de startup como impulsionadora em projetos de inovação
  • 3 – Estratégias de go-to-market conjuntas
  • 4 – Investimento em startups
  • 5 – Aquisição de Startups

Vale ressaltar que 34% dos programas de Corporate Venture no Brasil são realizados sem o auxílio de parceiros. Esses parceiros intermediam o processo, tornando-os ainda menos assertivos.

Como está o Brasil em relação ao cenário global?

Comparando com o mercado externo, a América Latina representa apenas 2% das participações de investimentos de CVC mundial. Porém, considerando que o movimento de CVC chegou ao apenas em 1990 no Brasil, enquanto em outros países vemos um movimento em 1910, fica nítido o rápido crescimento e a tendência para os próximos anos no Brasil.

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Contudo, alguns passos mais largos estão sendo dados em relação a investimentos em startups no Brasil como um todo, exemplificado pelo recorde de 3,5 bilhões de dólares captados por startups brasileiras em 2020. Isso traz cada vez mais respeito e incentivo ao empreendedor brasileiro, mesmo significando apenas 2,4% do investimento em startups americanas no mesmo período.

Por fim, podemos concluir que iniciativas de Corporate Venture Capital tendem a crescer ainda mais no Brasil nos próximos anos, bem como o que estamos vendo acontecer no mercado de Venture Capital do país.

O cenário global nos deixa muito otimista para o que esperamos no cenário de investimento em startups por corporações.  A relevância do CVC cresce ano após ano em todo o mundo. Em 2021, a expectativa é de que veremos a iniciativa ganhar cada vez mais relevância no país mais ativo do ecossistema de inovação da América Latina.

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*Autores: Ana Beatriz Cruz e Marcelo Medeiros – CVC na ACE

consultoria de inovação

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