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Consultoria: por que o modelo tradicional está em xeque?

Como surgiram as consultorias?

Antes de mais nada, o modelo como conhecemos surgiu pós revolução industrial. Logo nas primeiras décadas dos anos 1900, para ajudar as empresas a serem mais eficientes. Hoje em dia as consultorias tradicionais (management consulting firm), como a Falconi, que é líder em consultoria de gestão no Brasil com mais de 6 mil projetos implementados em seus 30 anos de existência, atuam prioritariamente com estratégia e gestão.

Atualmente as maiores firmas do mundo são: McKinsey (fundada em 1926), Accenture (fundada em 1950), Boston Consulting Group – BCG (fundada em 1963) e Bain & Company (fundada em 1973). Há também nesse mercado as famosas Big Four, como são chamadas as firmas de auditoria e contabilidade. São elas as principais: Deloitte, EY, KPMG e PwC.

Como funciona o modelo tradicional

Consultores vestidos de terno e gravata, em sua maioria graduados em MBAs de primeira linha (Harvard, Wharton, Insead, etc), organizados em equipes com profissionais juniores e seniores. Estes, mergulham em projetos específicos alocados durante um tempo determinado.

Nesse sentido, coletam informações e estudam os cenários, acessam bases de dados globais com cases similares, elaboram planilhas e análises que geram um plano a ser executado. Apresentam para a alta liderança da empresa contratante e, sim, partem para o próximo desafio. Esse ciclo se repete a cada novo projeto, salvo particularidades e exceções.

Por que esse trabalho pode ser relevante e importante para as organizações?

Desde já, acredito que existem várias formas de responder essa pergunta. Podemos olhar os benefícios desde a perspectiva de ter um time externo, supostamente sem vícios e vieses, analisando problemas específicos até a elaboração de análises parrudas. Estas, baseadas em dados e benchmarks, que ajudam a definir próximos passos e a criar planos estratégicos de atuação.

O mundo mudou e o modelo tradicional começa a ser colocado em xeque

Um artigo da The Economist com o subtítulo Disrupting the Management Priesthood (algo como Quebrando o Sacerdócio de Gestão), chamou a atenção para o alerta que o Clayton Christensen (que foi professor da Harvard Business School, autor de livros sobre inovação, consultor e criador da teoria da Inovação Disruptiva e do Job To Be Done) fez há sete anos: “a indústria de consultorias de gestão está à beira da disrupção”.

Segundo Tom Rodenhauser, que até recentemente estava na Alm Intelligence (empresa que analisa o setor), as grandes empresas não querem mais contratar legiões de pessoas, por mais inteligentes que sejam. Eles querem que os consultores executem, inclusive implementando novas tecnologias. Conselhos sobre estratégia, que costumam ser o arroz com feijão das consultorias tradicionais, estão perdendo relevância.

E faz todo sentido, Por exemplo, hoje em dia ninguém mais consegue afirmar, com precisão, de onde vem a concorrência. Enquanto o Carrefour disputa mercado com o Pão de Açúcar, a Amazon lançou no Brasil o “Programe e Poupe”, um serviço de conveniência que entrega com recorrência na casa dos clientes assinantes, produtos de higiene pessoal, itens de limpeza e alimentos e bebidas, diretamente dos fabricantes como Procter & Gamble e Reckitt Benckiser.

Além disso, existe uma crítica bastante presente no mundo corporativo, quanto a ausência de resultados reais na prática, bem como os motivos pelos quais os executivos se baseiam para contratação (que não costuma ser barata) das consultorias tradicionais.

consultoria de inovação

Algumas hipóteses:

  • Os gerentes/diretores precisam de alguém para assumir a culpa se o projeto fracassar
  • Querem um olhar externo para endossar a mudança
  • Têm medo de mudar
  • Boa parte da alta liderança faz parte da geração Greed is Good, enquanto os empreendedores/executivos do Vale do Silício pregam o Customer Centric
  • Justificar uma decisão da gestão atual
  • Aprender o que a concorrência está fazendo
  • É politicamente aceito (conhece alguém já foi demitido por contratar a consultoria A ou B?)
  • Sempre fizemos assim

Alguns insights

Em discussão recente sobre esse tema no twitter, algumas citações chamaram minha atenção:

Rob Campbell usou sua conta no twitter para dizer: “Certa vez fui convidado para fazer uma palestra na Consultoria X. Comecei perguntando: ‘quantos de vocês já começaram ou lideraram seu próprio negócio?’. Ninguém levantou a mão. Em seguida, anunciei o nome da minha apresentação: ‘Tudo é fácil quando você não tem que executar’. Nunca mais me convidaram”.

Geoff Lewis também no twitter anunciou “Preciso de uma consultoria, mas para ajudar as empresas a desfazer/reverter tudo o que uma consultoria tradicional recomendou nos últimos trinta anos. Se existir, invisto!”

Algumas pessoas lembraram de Steve Jobs que disse em um vídeo disponível no Youtube, o que achava “dessas empresas que vendem planos”: “são uma espécie de 2D, porque elas vão até os slides bonitos e não possuem nenhum compromisso com a execução, e tampouco com os resultados do que propõem”.

Novo contexto de mundo pede um novo perfil de consultoria

Inovação Corporativa: Como implementar na sua empresa?

Quando lançamos ACE Cortex no início de 2018, já estávamos com 4 anos de experiência na realização de projetos de inovação com o mundo corporativo. Em 2014, enquanto tínhamos um programa bem sucedido de aceleração de startups, a principal demanda que recebíamos era ajudar as empresas a se relacionarem com startups. O que para nós fazia bastante sentido, dado nossa expertise em negócios digitais e nosso DNA de Inovação e Empreendedorismo.

Desde então, o ecossistema de startups brasileiro amadureceu bastante, assim como as empresas começaram a perceber cada vez mais a necessidade de se ter a inovação de mãos dadas com a estratégia. Conceitos como inovação aberta, corporate venture e transformação digital ganharam força e presença constante nas reuniões.

Inclusive, a crise do COVID-19 acelerou a transformação digital e a busca por inovação por meio de startups. Hoje, todas as empresas devem ser empresas de tecnologia, assim como todas as empresas devem colocar a inovação no centro da estratégia. É questão de sobrevivência! 

consultoria

Empresas querem – e precisam – inovar

A demanda aumentou absurdamente por inovação aberta, conexão com startups, digitalização de canais, novos negócios digitais, novas formas de trabalho ágil, etc. Inclusive, segundo estudo KPMG Global Manufacturing Outlook, 67% dos CEOs afirmam que “ser ágil é a nova moeda dos negócios, se formos lentos estaremos falidos”.

Lembro de uma reunião que tive há 2 anos com um dos CEOs mais reconhecidos do Brasil, onde ele pegou no meu braço e falou: “LG, ACE Cortex é uma nova categoria de consultoria”. Fiquei intrigado e solicitei para falar mais a respeito.

Ele continuou: “não aguento mais trabalhar no modelo tradicional, preciso de ajuda para pensar e planejar as iniciativas de inovação, estou sendo atacado todos os dias e não sei mais de onde vem o ataque, mas eu também preciso de ajuda para fazer acontecer na prática, na operação, preciso de ajuda para a execução”. Bingo!

ACE Cortex é uma consultoria diferente

O que é a ACE Cortex?

Seguindo a linha de raciocínio do Steve Jobs, posso dizer que se a consultoria tradicional é 2D, o novo perfil de consultoria é o 3D, ou seja, tem tanto compromisso com a execução quanto com os resultados na prática.

Com ACE Cortex, colocamos skin in the game (a pele em jogo) junto com os clientes na execução dos projetos. Por ter experiência prática do nível operacional a alta liderança, desenvolvemos a transformação digital baseados na crença de que é sobre pessoas e não tecnologia, criamos novos negócios com potencial de serem a próxima onda do mercado, e principalmente, temos um time com vivência prática e mentalidade empreendedora (que faz toda diferença!).

Quando Marc Andreessen escreveu o famoso artigo “Why Software Is Eating the World”, publicado em 2011 pelo The Wall Street Journal, ele deu um recado para o mundo de que a revolução digital estava acontecendo. Mais recentemente, em maio para ser exato, ele escreveu um novo artigo, desta vez com o título “IT’S TIME TO BUILD”. O ponto central é que é preciso sair das bolhas, feudos e verdades até então estabelecidas, para fazer acontecer, para inovar, para construir.

Portanto, os diferentes pontos de vista nos mostram a necessidade de uma nova forma de fazer negócios nesse mercado. Nesse sentido, o modelo de consultoria tradicional é colocado em xeque.

Mais do que nunca, o novo contexto do ambiente empresarial demanda mudanças.

Como uma consultoria de inovação ajuda grandes empresas

Novos tempos pedem novas atitudes, novas formas de pensar, novas formas de trabalho e de fazer negócios. Não basta implementar metodologias ágeis ou adquirir um bot de inteligência artificial, que já é suficiente para inovar.

Scrum é Scrum em qualquer lugar, assim como kanban é kanban em qualquer lugar. Se tecnologia é meio e não fim, metodologia também é meio e não fim. A forma de executar é o que faz a diferença, como fazer é o que faz a diferença, gerar valor para o cliente é o que faz a diferença.

Existem poucas consultorias de inovação no mercado, se compararmos com o número de consultorias de gestão e estratégia. O foco normalmente está em um braço da inovação aberta que é a conexão entre startups e grandes empresas, por meio de programas com desafios de negócios a serem solucionados. 

No caso de ACE Cortex, nossa proposta é um pouco mais abrangente e holística. Não por acaso. Aprendemos que toda e qualquer iniciativa de inovação precisa estar relacionada com o planejamento estratégico da empresa, seguir uma governança estruturada para dar velocidade e acompanhar a evolução dos projetos, definir os KPIs que serão avaliados durante a jornada e acompanhados por uma gestão da inovação baseada em dados, encontrar e capacitar os intraempreendedores que se tornam verdadeiros agentes de transformação, apoiar o RH na transformação cultural e, principalmente, participar da execução até a entrega dos resultados. 

Alguns resultados da ACE Cortex

Ajudamos e geramos valor para mais de 50 clientes, como Natura, BTG Pactual e Gerdau, de três formas:

  • Transformação Digital: para aumentar a capacidade da empresa em se adaptar e ter sucesso em um ambiente mutável e fazê-lo de forma sustentável.
  • Eficiência e Novos Negócios: para validar e desenvolver novos negócios com agilidade e eficiência de recursos
  • Corporate Venture: para inovar a partir do relacionamento com startups, mas também realização de investimentos e até compra de startups de ponta (M&A).

 

Em suma, acredito que os modelos de consultorias vão coexistir durante um tempo, mas que muito em breve haverá uma nova composição no mercado, onde vai sobreviver e obter sucesso real na entrega de resultados, aqueles que souberem atuar nesse novo contexto de mundo, mais digital, mais ágil, mais empreendedor.

consultoria de inovação

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26 de julho de 2024 – São Paulo