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O que faz com que projetos de aproximação entre grandes empresas e startups não funcionem

por José Gutierrez, CRO da ACE

Quem acompanha as tendências de inovação já deve ter notado o quanto iniciativas de aproximação entre grandes empresas e startups são uma grande tendência. Mas se não for bem desenhado, este tipo de iniciativa pode ser muito frustrante.

Neste post quero analisar os principais problemas de relacionamento quando corporações resolvem trabalhar com startups. São vários os motivos que levam uma grande companhia a trabalhar com startups, mas tudo deve ser analisado a partir de um ponto de vista estratégico para a companhia e comprado por todo o time – a começar pela liderança. Sem isto, as possibilidades de dar errado são grandes.

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>> Leia também: o primeiro capítulo de A Estratégia da Inovação Radical

De acordo com Pedro Waengertner, CEO da ACE, em seu livro A Estratégia da Inovação Radical, o estabelecimento de um bom design organizacional é prioridade para ter sucesso com este tipo de relacionamentos

O mais importante é que trabalhar com startups seja uma consequência da estratégia da empresa e um objetivo do plano de inovação.

O que considerar antes de iniciar o relacionamento com uma startups?  

Antes de iniciar um programa de relacionamento com startups, é fundamental estar atento a uma série de aspectos que, quando não priorizados, acabam por prejudicar – e até estragar – a relação.

>> Leia também: Sua empresa monta um plano anual de inovação?
>> Veja mais: Modelos de aproximação entre grandes empresas e startups

1. Rapidez e agilidade

As corporações são muito burocratizadas e não são raros os casos em que  passam meses entre a avaliação de uma startups e o início de um Prova de Conceito (PoC), por exemplo.  Nesse meio tempo, a startup tem que passar por diferentes departamentos da empresa e enfrenta dezenas de idas e vindas com os contratos. Isto, sem dúvida nenhuma, “mata” qualquer chance de um bom relacionamento, já que para organizações tão sensíveis como startups, todo tempo é precioso – e pode significar a diferença entre a continuidade e o fim da empresa

2. Um objetivo estabelecido

Quando não temos clareza de qual é o objetivo que perseguimos e qual será o output desejado no relacionamento com a startup, a tendência é que a relação fracasse. Isso porque, nesses casos, ela não será algo prioritário nem fará parte do plano de inovação. [su_highlight background=”#42dbb6″]Estes problemas normalmente vêm acompanhados de outros erros como não ter comprometido com o sucesso da relação e não ser estabelecida nenhuma métrica para medir o sucesso  da parceria.[/su_highlight]

3. Grau de customização.

Segundo Steve Blank, autor da definição mais aceita de startup, este tipo de empresa “está em busca de um modelo de negócios viável que seja repetível e escalável”.

Por conta disso, normalmente ela soluciona uma única coisa muito bem, com grande foco no problema que se dispôs a enfrentar e um alto nível de execução. [su_highlight background=”#42dbb6″]Este perfil faz com que não adiante “forçar” a startup a querer solucionar muitas coisas ao mesmo tempo[/su_highlight] ou querer que, além da parte que ela já soluciona, a empresa desenvolva umas outras features específicas para a necessidade daquela corporação. Se isto acontecer, a startup acabará morrendo e a empresa tendo um subproduto em vez de uma solução

4. Procurar soluções e não tecnologia

Muitas empresas ficam procurando o que há de mais moderno em inteligência artificial, machine learning, blockchain… Quando fazem isso, acabam por não focar na solução do problema que elas querem resolver trabalhando com startups. Tecnologia é um meio, não um fim.

5. Autonomia

Quando uma corporação decide trabalhar com startups, é comum que tente controlar todo o processo. O resultado é um choque de culturas. As gigantes normalmente são organizações verticais e as startups horizontais. [su_highlight background=”#42dbb6″]Não entender isso e querer estabelecer um controle excessivo irá prejudicar o relacionamento e criar atritos desnecessários.[/su_highlight] Não podemos esperar que as startups se adequam a processos rígidos de controle, pois, no final das contas, isso será prejudicial à sua natureza inovadora.

6. Visão de longo prazo

Inovar é um ato contínuo, que precisa ser executado com uma visão de longo prazo.Isto significa que é preciso testar o melhor modelo de relacionamento com startups, colocar as mãos na massa e aguardar um tempo para perceber o impacto deste tipo de trabalho. Se o objetivo é ter sucesso em 6 meses, melhor nem começar.

7. O tipo de relacionamento a se estabelecer

Os principais modelos são PoCs, parcerias comercias e corporate venture. Cada um tem suas vantagens e desvantagens. Por isso, é fundamental saber qual é o objetivo estratégico da companhia com seu plano de inovação antes de decidir por aplicar um ou outro modelo – ou até mesmo ao mesmo tempo.[su_highlight background=”#42dbb6″]A escolha do que funciona melhor dependerá também do grau de maturidade da companhia.[/su_highlight]

O principal motivo de fracasso na relação entre grandes empresas e startups

As razões para que o relacionamento entre uma corporação e uma startup não dê certo podem ser variadas, mas por trás de todas elas há uma causa em comum: não foi criado um design organizacional que favoreça esse tipo de parceria.

Sem um modelo que faça a companhia se envolver como um todo na iniciativa – desde o topo de sua hierarquia – e que dê autonomia real para os projetos de inovação, não importa o modelo adotado para se aproximar de startups: todos estarão fadados ao fracasso e à frustração. Agora, quando a iniciativa faz parte dos planos de inovação da empresa – e isso é algo realmente vivo dentro da organização – o potencial dessas parcerias é gigantesco.

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26 de julho de 2024 – São Paulo