A ACE foi criada como uma aceleradora de startups em 2012, ainda como Aceleratech. Principal referência do Brasil com o modelo “clássico” de aceleração, conquistou 3 vezes o prêmio de Melhor da América Latina pelo LatAm Founders, acelerou mais de 300 startups, com 100 investimentos realizados e 14 exits.
Em 2019, mudou seu modelo de atuação para uma linha mais próxima ao de fundos de venture capital – entretanto, com algumas diferenças em relação a VCs, e a proposta de se tornar uma solução completa para o Seed Capital/ Early Stage, e levar startups até a Série A mais rápido, mais preparadas e com mais equity na mão dos founders.
Como toda mudança de um líder de categoria, o reposicionamento da ACE Startups gerou discussão no mercado, e levantou algumas dúvidas. Se antes era a principal referência do Brasil em aceleração de startups, o que é a ACE agora? E qual a diferença entre a ACE e uma Aceleradora?
Como funciona uma aceleradora de startups – e qual é a diferença para a ACE
O conceito de “aceleradora de startups” passou por uma série de ressignificações com o tempo, mas a definição clássica (criada pela YCombinator em 2005) é a de que aceleradoras são organizações de fomento a startups em early stage, com entradas por turmas e apoio para fazer crescer melhores empreendedores e negócios.
Usualmente, as aceleradoras investem um pequeno montante fixo por startup em seu estágio de “adolescência” (entre a ideação e o Problem Solution Fit), ajudam de maneira ativa durante o tempo do programa, e se tornam sócias desses negócios.
Existem algumas definições fundamentais de aceleração de startups (como essa da Forbes), e o modelo vem sendo contestado no Brasil e no Mundo.
Abaixo, você pode conferir quais são essas definições, e como a ACE se diferencia de uma aceleradora de startups.
Deal e investimento fixos
Normalmente, há uma definição já fixada de quanto será o aporte financeiro e de quanto de equity (porcentagem) os empreendedores precisarão abrir mão. No caso da ACE, até 2018 esse acordo era de R$ 150 mil por 10% da startup.
Desde Junho de 2019, a ACE passou a avaliar individualmente cada startup, e com a possibilidade de aportar de R$ 200 mil até R$ 1 milhão por startup, com valuation e equity a serem negociados caso a caso.
Baseados em turmas/cohorts/batches
As aceleradoras clássicas possuem “entradas” fixas de um grupo de startups ao mesmo tempo. O seu foco está em majoritariamente impulsionar as startups do batch vigente, com certa ordem cronológica de acompanhamento até uma data de término do programa de aceleração.
A ACE agora não tem mais entradas nem agenda fixa: cada startup tem um plano estratégico traçado a partir de um diagnóstico inicial com o gap até o estágio necessário para levantar uma Série A. A atenção do time ACE também está direcionada para ajudar o portfólio investido a performar melhor, e não apenas uma “turma” de aceleração. Essa ajuda é traduzida por meio de fundraising, mentorias, conteúdo, conexões e comunidade.
Conteúdo e mentorias
Aceleradoras tradicionalmente têm também certo viés de educação: ajudam os founders a se desenvolverem tanto em termos técnicos quanto diretamente aplicáveis a seus negócios, por meio de workshops, palestras, talks e mentorias. Usualmente esse modelo segue uma agenda fixa de conteúdo pré-determinada a partir de necessidades mais percebidas no early stage, como validação, produto, marketing, vendas, gestão, funding e pitch.
A ACE mantém um programa forte de mentorias, com mais de 300 mentores e conectado diretamente ao programa do Google Launchpad. A conexão com os mentores para conversas 1-on-1 pode ser feita de maneira escalável por meio da Plataforma, e eventos e encontros são organizados rotineiramente com base nas maiores necessidades, listadas pelas próprias startups. O conteúdo educacional sobre validação, negócios, marketing, vendas, produto, gestão e funding é disposto com vídeos, materiais didáticos, cases, literatura e referências na Plataforma, onde também são realizadas Lives e discussões sobre os tópicos.
Modelo presencial e regionalizado
Por default, aceleradoras requerem que a startup participe presencialmente e de maneira integral das iniciativas do programa, com a justificativa de alta intensidade e agenda cheia para que os empreendedores tirem o máximo de proveito. A americana Techstars foi uma das responsáveis por difundir o modelo em mais de 150 países,
Com entradas individuais e não por batches, esse modelo não faz mais sentido para a ACE. Empreendedores investidos podem usar os escritórios em São Paulo, Florianópolis, Brasília, Goiânia e Curitiba, mas acreditamos que o foco principal deve ser a própria startup, e não uma agenda fixa de conteúdo, então ajudamos de maneira personalizada. A Plataforma também nos permite ajudar empreendedores, que inclusive podem também treinar seus times.
Acesso a mercado, corporações e benefícios econômicos
Programas de aceleração em parceria com grandes empresas foram umas das formas que aceleradoras e outras instituições descobriram para se financiar (corporações pagam a estes players uma quantia para se aproximarem de startups), e também para potencializar a ajuda a empreendedores aliando método a conhecimento técnico e acesso ao mercado. Estes programas oferecem desde investimento por equity até a oportunidade de se conectar às grandes empresas por meio de parcerias e POCs.
Depois de 4 anos em aceleração corporativa, a ACE entendeu que as corporações precisam de um modelo mais evoluído e mudou o formato de conexão entre startups e grandes empresas. Além dos programas em parceria com corporações como BTG Pactual, Mastercard e Algar Telecom, temos como premissa fundamental da proposta de valor a ajuda ativa no acesso a mercado, por meio de warm intro’s, eventos, bizdev e conexões, seja com alguma dos 50+ clientes ACE Cortex (consultoria de inovação), seja por meio da rede de mentores, parceiros, ACErs ou empreendedores.