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Programas com startups dão certo?

Segundo dados da ACE Innovation Survey 2019, cerca de 70% das empresas estão sofrendo algum tipo de disrupção em seus mercados. Grande parte desse cenário acontece pela revolução das startups que desafiam cada vez mais modelos de negócios tradicionais.

Quando se pensa em inovação entregue, novos produtos e soluções desenvolvidas internamente possuem uma taxa de sucesso de apenas 20% porque enfrentam diversas barreiras como: 

  1. tecnologias ultrapassadas; 
  2. burocracia e lentidão dos processos;
  3. métodos antigos e tradicionais;
  4. distanciamento dos consumidores.

Se conectar com startups está na moda. Porém, muitas dessas iniciativas para contribuir com o ecossistema empreendedor acabam ficando rasas, frustrando as grandes empresas e até mesmo prejudicando a imagem das mesmas no mercado. Hoje, existem mais de 100 programas de conexão entre startups e grandes empresas em que não é possível identificar a proposta de valor do programa, ou as vantagens para as startups participarem. 

Qual o objetivos dos programas?

Tudo começa com objetivos e motivações errados ao se fazer um programa de conexão com startups, como trabalhar a cultura de inovação dos executivos, fortalecer a marca de inovação da empresa, fazer um programa apenas para se relacionar com o ecossistema, dentre outras motivações. 

Quando falamos de startups no Brasil, temos mais de 12 mil ativas no ecossistema empreendedor brasileiro e, nos últimos 18 meses, tivemos o surgimento de 9 unicórnios. A taxa de mortalidade do mercado de startups é de 78% após receberem investimento seed, em contrapartida, na ACE reduzimos esse valor a 15%, resultando em 15 exits em nossa história. Com esse amadurecimento do ecossistema, não podemos enxergar essa relação grande empresa e startup como “Metrópole” vs “Colônia”, ou seja, a relação precisa ser ganha-ganha. 

Na experiência da ACE em mais de 50 projetos de inovação com grandes empresas, identificamos os principais padrões que levam ao sucesso dos projetos. As boas práticas que observamos são:  

  1. Tenha uma estratégia: Ter uma boa estratégia de inovação por trás das iniciativas de conexão com startups. Uma estratégia condizente trabalha aspectos que vão desde oportunidades externas e tendências de futuro no comportamento dos consumidores até ineficiências internas que podem ser solucionadas rapidamente.
  2. Buy-in da liderança: O envolvimento do C-level faz toda a diferença no sucesso dos projetos. Não somente o aval, mas o apoio com mentorias e conhecimento da organização para destravar os caminhos se torna fundamental ao longo do processo. No entanto, é importante sensibilizar e treinar a liderança sobre como trabalhar e interagir com startups.
  3. Defina a governança: Tratar startups como um fornecedor qualquer pode fazer os processos serem demorados e complexos. Por isso, é importante definir uma esteira ágil de contratação de startups com budget alocado previamente e autonomia na ponta para decisões de contratação de startups. 
  4. Alinhe as expectativas: Defina claramente os outputs esperados com as startups e não prometa o que não tenha chance de virar realidade. Tenha em mente quais as possibilidades com a sua empresa, como desenvolvimento de projetos pilotos, contratação como fornecedor, parceria comercial, investimento ou acompanhamento. 
  5. Tenha agilidade: Não deixe os empreendedores esperando durante muito tempo e sem respostas. É importante proporcionar uma boa experiência aos empreendedores para não fechar as portas futuramente. Os empreendedores podem ter o próximo grande negócio ou até serem executivos de outras grandes empresas.
  6. Encontre um parceiro: Esse é um dos princípios da estratégia da inovação radical. Trabalhar ao lado de um parceiro com viés empreendedor, que tenha track record, portfólio qualificado, experiência com grandes empresas que consiga dialogar e recrutar as melhores startups pode fazer toda diferença durante o programa. Na ACE, por exemplo, vamos além do matchmaking tradicional que existe e fazemos uma abordagem única com metodologia exclusiva para planejamento e acompanhamento de projetos pilotos (POCs). 
  7. Budget alocado: Orçamento destinado para contratação de startups e desenvolvimento de projetos pilotos sob alçada da área de novos negócios e inovação. Realizar POCs sem pagamento não é uma prática recomendada. 

Por outro lado, para as startups, trabalhar com grandes empresas é uma ótima forma de acesso comercial e ganho de mercado. É cada vez mais fácil acessar conteúdos e reduzir ou encurtar a jornada de validação dos negócios pelo surgimento cada vez maior de programas de aceleração. Por isso, é perceptível o aumento de maturidade das startups para lidar com as grandes empresas. 

Pelos benefícios e vantagens para ambas partes, a relação entre startups e grandes empresas pode ser muito proveitosa. É importante ter uma proposta de valor única, diferenciada e que coloque o empreendedor no centro da equação. Aliado ao comprometimento da liderança, com a estratégia e governança bem definida, uma iniciativa, projeto ou programa com esse olhar business-driven pode ter o potencial de gerar ganhos de competitividade com novas receitas e economias com eficiência operacional. 

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