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O seu mercado está em disrupção?

Na real: o que é disrupção? O termo cunhado por Clayton Christensen em 1995 ainda assombra muita grande empresa tradicional. Apesar da pasteurização do conceito, na verdade, a inovação disruptiva, de acordo com o autor, parte de baixo para cima, não abordam mudanças apenas marginais do mercado e, de fato, mudam o comportamento do consumidor. 

Dentro desse conceito, por exemplo, o Uber não é uma inovação disruptiva, pois não tem sua origem de baixo para cima, como Christensen explica nesse ensaio.

No cenário corporativo, o conceito surge como um funil: incremental, de sustentação ou breakthrough – que seria a inovação radical e também a que menos acontece dentro das empresas. A grande maioria das inovações que acontecem dentro das grandes companhias são projetos incrementais, que acabam por ser mais mais rápidos, mais fáceis e mais baratos de tirar do papel – gerando quick wins.

De acordo com Christensen, os novos players que vêm da base – e muitas vezes passam despercebidos por atuar em segmentos muito específicos – não incomodam os líderes de mercado. Do topo, essas organizações não enxergam esses novos players como ameaça – muitas vezes até que seja tarde demais. 

>> Leia também: 70% das empresas estão sofrendo algum tipo de disrupção

A cegueira da inovação

O que acontece dentro das empresas e, inclusive, é o que se aprende na área acadêmica, é que, para entender o mercado, deve-se microsegmentá-lo. Se isso é entendido como uma maneira de oferecer soluções mais personalizadas para determinado segmento, também serve como armadilha para a inovação.

Na contramão da disrupção, a essência do produto se perde, assim como a visão do todo.

Clayton Christensen (olha ele de novo!) também aponta o dilema da inovação: as empresas são vítimas do próprio sucesso, uma vez que, inovação entregue, dificilmente vão inovar novamente. 

A empresa ambidestra e o design organizacional

Executivos de grandes empresas tendem a não ter o entendimento de inovação, evitando colocar a empresa – e a própria cabeça – em mercados de risco. Fica então, como opção de evolução, a inovação incremental, que tem entregas, resultados e ganhos mais rápidos. Esse cenário se torna ainda pior quando falamos de companhias de capital aberto, uma vez que a maioria dos investidores não quer apostar e incertezas. 

Considerando grandes empresas tradicionais, muitas vezes, é mais fácil criar uma célula de inovação em separado, onde seja possível assumir riscos maiores, sem abalar o core da organização – é o que chamamos de organização ambidestra. 

Os sinais de risco

As vendas caíram, as margens diminuíram e o caixa começou a apertar? Talvez já seja tarde demais, o seu mercado está em disrupção e a empresa não se preparou para isso. 

Diante desse cenário de crise, surgem as soluções desesperadas e atropeladas. Quando a companhia crescia em dígitos duplos anualmente, ninguém parou para se questionar se isso era uma possibilidade, quando – e se – aconteceria. 

O surgimento de novas tecnologias viabiliza, sim, a inovação disruptiva. Bom exemplo é a internet e o smartphone. Porém, a inovação em si não é o aparelho, mas a forma como ele mudou o comportamento de seus usuários nos momentos de se comunicar e se informar. 

Inovação envolve, necessariamente, um impacto real no dia a dia dos usuários. Como também presenciamos a evolução da mobilidade em grandes cidades, com bicicletas e patinetes.

Nesse ponto, entra o conceito do Job to be Done, também apresentado por Clayton Christensen. Que é revolucionário, mas muito pela sua simplicidade. Ele, nada mais é, do que aquilo que você resolve na jornada do seu cliente. resolvendo tanto jobs funcionais, quanto sociais e emocionais. O foco está em resolver necessidades – e não criar grandes ideias.

O Job to be Done coloca uma outra categoria de análise estratégica, que pode proporcionar um viés de inovação diferente do tradicional. Olhar para a concorrência não vai trazer nenhuma inovação disruptiva, afinal, aquilo já está acontecendo.

Quer ouvir esses pontos e muito mais sobre mercados em disrupção? Ouça o podcast abaixo.

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26 de julho de 2024 – São Paulo